O
século XIV foi, em toda a Europa, uma época
tremenda de guerra, de peste e de fome. Naturalmente,
Portugal não escapou às vicissitudes terríveis de
seu tempo. E, além das calamidades gerais, donde
veio mortandade imensa, teve de sofrer duros combates
para garantir a sua independência.
1385
As cortes de Coimbra elegem D. João I rei de
Portugal.
Verdadeiramente
importante foi a eleição do senhor D. João, mestre
de Avis, como Rei de Portugal. Começou uma nova
dinastia e uma nova era. O Reino conquista a paz e
com ela aparece uma sociadade disponível e aberta ao
futuro. Havia as condições necessárias e
suficientes para arrancar com um grande
empreendimento.
Tudo
apontava o mar: a situação atlântica do País, o
comércio litoral de antiga tradição, as viagens da
carreira da Flandres, até a experiência de algumas
expedições já feitas às Canárias. De resto,
havia instrumentos e meios, os bastantes para fazer
tanto ou mais do que haviam feito os marinheiros de
Veneza, Génova e Maiorca: cartas com rosa-dos-ventos,
bússolas com agulha de marear e, sobretudo, técnica
de construção naval em vários estaleiros da costa.